Nascido no ano de 2000, o Club MX-5 de Portugal é uma das mais activas e divulgadas entidades dedicadas à promoção e divulgação de um modelo automóvel, no caso o ‘roadster’ mais vendido do Mundo, o Mazda MX-5, que vai já na quarta geração
Entre passeios e viagens, de norte a sul de Portugal, por estradas mais ou menos recônditas e visitas a locais de um país banhado pelo sol, repleto de praias e onde o fado é a alma das gentes, o Club MX-5 de Portugal surge em 2012 revitalizado e pronto a levar os seus seguidores, orgulhosos proprietários do famoso pequeno dois lugares, ainda mais longe, enaltecendo o nome deste seu icónico modelo de colecção.
São mais de um milhar os membros activos deste clube exclusivamente português que ao longo desta dúzia de anos já realizou mais de 60 actividades, não só com os passeios nacionais, mas também com incursões bem dentro da Península Ibérica e também ao Norte de África, fazendo jus ao epíteto de exploradores e descobridores dos valorosos lusos de outrora, que deram novos mundos ao mundo e trouxeram para a Europa riquezas nunca antes vistas.
As actuais descobertas passam, não tanto pela conquista de novos territórios, mas pela exploração de estradas e locais, vilas e cidades, ilhas e penínsulas, permitindo aos participantes recolher um conjunto de informações e histórias, mais ou menos rebuscadas contadas, muitas vezes, pelos habitantes locais, sempre ávidos em acrescentar um ponto ao conto.
Seja em cursos de condução defensiva, ou em simples passeios, os membros do Club MX-5 de Portugal têm tido oportunidades únicas de apreciar o que há de mais valioso em cada região, lado a lado com os factores paisagísticos, históricos, culturais e etnográficos, em programas que normalmente se fecham com provas das vastas iguarias gastronómicas de que a cozinha portuguesa é tão rica.
São momentos de confraternização, em que os amantes do Mazda MX-5 partilham o culto de um automóvel que faz já parte da história mundial, conquistando gradualmente novos seguidores, alimentando os sonhos dos que um dia querem ter um MX-5 e gerando emoções daqueles que conduzem esta proposta de dois lugares que permite viagens com os cabelos ao vento, dotado de uma caixa de velocidades curta e precisa, motor à frente, tracção traseira e com já três gerações, que acompanham a evolução do próprio automóvel.
Em Novembro de 1983 a Mazda Motor Corporation lançou um programa inovador, denominado “Offline 55”. Tinha como objectivo promover alterações de fundo no desenvolvimento dos produtos da marca, rumo ao futuro. De todas as propostas apresentadas, houve uma que se destacou de imediato, relativa à produção de um pequeno automóvel desportivo com um peso muito reduzido.
O desenvolvimento desta proposta foi entregue em simultâneo aos centros de design da Mazda em Tóquio (Japão) e na Califórnia (EUA), sob a orientação de Masakatsu-san, o responsável de projecto. A proposta definitiva recaiu sobre a que foi apresentada pela equipa norte-americana, prevendo a produção um ‘roadster’ de motor à frente e tracção traseira, com o nome de código P279. O primeiro protótipo motorizado – denominado V705 – foi desenvolvido logo de seguida, tendo sido concebido e construído em Inglaterra pela International Automotive Design, tendo sido produzida uma única unidade, que rolou pela primeira vez nas estradas de Santa Bárbara, nos EUA.
Em Fevereiro de 1986, Toshihiko Hirai foi nomeado Responsável do Programa de Produto para a fase de produção. O seu desafio era o de tornar exequível para produção em série o protótipo que havia sido concebido manualmente, recorrendo a peças de aço e a uma carroçaria de plástico. Enquanto isso Tom Matano e Koichi Hayashi procediam a pequenos ajustamentos estéticos ao modelo no centro de design da Califórnia. O resultado conjunto do seu trabalho veio a resultar no design único e exclusivo do Mazda MX-5, naquela que foi a sua primeira geração.
Em Fevereiro de 1989 nascia uma estrela no firmamento automóvel: o Mazda MX-5 surgia aos olhos do público pela primeira vez no Salão Automóvel de Chicago (EUA). Um mês mais tarde estava já à venda em Hiroshima, no seu país natal. O resto, como se diz, é história. A comunicação social apaixonou-se pelo carro e os pedidos de clientes ultrapassavam a capacidade de produção então instalada.
Era um misto de um clássico britânico, com a pureza de um ‘roadster’ italiano, tudo com muita sensualidade e promessa de prazer de condução, disponível para todos. Foi uma autêntica revolução. O Mazda MX-5 foi considerado o renascimento do conceito roadster: dois lugares com capota de lona, passível de se abrir para viagens com os cabelos ao vento; motor de 1,6 litros à frente montado longitudinalmente e tracção às rodas traseiras; caixa de velocidades curta e ‘sayonara’! Não será, por isso, exagero dizer-se que este pequeno automóvel fez renascer um segmento de mercado que estava moribundo.
E quanto à origem do nome? As letras MX derivam do conceito “Mazda Experimental”, enquanto o numeral “5” surge porque era este o número sequencial na série de projectos tipo ‘concept’ da Mazda. E assim surgiu o Mazda MX-5, um automóvel e um ‘brand’ que veio marcar a história do automóvel de um modo indelével.
Em 1993, fruto da necessidade em cumprirem-se com normas de emissões de gases poluentes cada vez mais apertadas e de outros requisitos acrescidos ao nível da segurança, levaram à introdução de alterações ao motor 1.6 litros original. Estas surgiram sob a forma de um novo bloco de 1,8 litros BP-ZE, que em 1995 sofreria uma nova actualização. Esta última geração foi beneficiada pela introdução de uma unidade de comando da admissão, que optimizava a mistura, bem como de reduções significativas no peso geral do conjunto.
Foram também lançadas diversas séries limitadas, nomeadamente as STO, comemorativa dos últimos veículos desta geração. A sigla traduzia-se por “Still The One”, em sinal de homenagem a Toshihiko Hirai, considerado o criador da primeira geração. Em 1999 foram introduzidas novas alterações ao Mazda MX-5, ao nível do design exterior. O resultado expresso em novas ópticas e uma nova silhueta, voltaria a revelar-se um sucesso comercial. Nas palavras de Tom Matano “O MX-5 foi até ao ginásio, ganhou músculo e fibra”.
No Salão Automóvel de Genebra de 2005 houve nova antevisão do futuro: surgia ali a terceira (e actual) geração do Mazda MX-5. Uma nova página de história que se escrevia, um novo passo na evolução do conceito ‘roadster’ da Mazda e do próprio. A evolução das linhas atléticas e porte musculado, o charme inerente ao modelo assegurou que este novo MX-5 seria mais um produto de sucesso.
Em 2009 o Mazda MX-5 comemorou o seu 20º aniversário, pleno de saúde, vitalidade e futuro, criando-se para o efeito uma edição comemorativa, comercializada nos vários mercados mundiais onde o modelo está à venda.
Um modelo de garantido sucesso e inegavelmente ícone da história da indústria automóvel mundial. Ou não contasse com sucessivas certificações, por parte do Guinness World Records, de “Desportivo de 2 Lugares Mais Vendido do Mundo”. Um feito notável que ali se registou por quatro vezes, a última das quais a 4 de Fevereiro de 2011, quando se produziu no Japão a unidade número 900.000 do MX-5 da Mazda Motor Corporation, atingido em apenas 21 anos e 10 meses, desde que teve início a produção em massa da primeira geração do MX-5, em Abril de 1989. As três ocasiões anteriores em que os volumes de produção do MX-5 foram certificados aconteceram quando a produção atingiu as 531.890 unidades (em Maio de 2000), depois quando se ultrapassaram as fasquias de produção de 700.000 e, mais tarde, com as 800.000 unidades.
2013 promete ser novo ano de sucessos para o MX-5, que continua a coleccionar cada vez mais seguidores e novos proprietários, dos 8 aos 80, enquanto os actuais tudo fazem para manter consigo as unidades que adquiriram e pelas quais se apaixonaram. Quem o vê quer ter um, quem o conduz faz tudo para o conseguir, quem compra um Mazda MX-5 faz uma jura de amor eterno, assente num livro de memórias que terá ainda muitas páginas para preencher ao longo das próximas décadas.